Páginas

sexta-feira, 10 de junho de 2016

A Vantagem dos Mórmons - Maggie Gallagher



Por MAGGIE GALLAGHER
Publicado pelo National Review em 12 de dezembro de 2014.
Twitter: @MAGGIEGALLAGHE 


Deixando a teologia de lado, o que podemos aprender com os mórmons?

Com até mesmo colunistas do New York Times e ilustres cientistas sociais como Andrew J. Cherlin reforçando a verdade fundamental de que a retração do casamento está causando desigualdades básicas nas oportunidades de milhões de crianças norte-americanas, vale a pena perguntar: Quem está fazendo um melhor trabalho em apoiar uma cultura de casamento? 

Um fascinante banco de dados do Instituto Austin lança uma nova luz sobre essa questão.

A pesquisa sobre a relação entre religião e a família tem sido complicada pelo fato de que, hoje, a filiação religiosa diz relativamente pouco sobre o que as pessoas acreditam e como elas se comportam. Muitas pessoas se definem culturalmente, e não de forma sectária, quando se trata de sua filiação religiosa, o que torna mais difícil ver qual impacto a frequência e os ensinamentos que ocorrem nas casas de adoração tem sobre o casamento e o comportamento familiar.


Mas os pesquisadores que produziram o recén-lançado Relationship in America [Relacionamentos na América] do Instituto Austin entrevistaram 15000 pessoas, e pela maior parte dos padrões de crença e prática, a vencedora é A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias (SUD, ou mórmons).

Tome, como exemplo, o sexo casual.

Apenas 1% dos mórmons que participam dos serviços de adoração pelo menos três vezes por mês concordam que o sexo casual algumas vezes pode ser aprovado; 89% não concordam (10% foram "neutros"). Esse é o mais alto nível de rejeição do sexo casual entre qualquer grupo religioso praticante nos Estados Unidos. "Protestantes fundamentalistas" que frequentam a igreja regularmente são oito vezes mais dispostos que os mórmons a concordar que não há problemas no sexo casual, como fazem 10% dos autodenominados "católicos tradicionais". Os evangélicos são a maior categoria de protestantes nos Estados Unidos hoje, e eles são cinco vezes mais dispostos do que os mórmons que frequentam a igreja pelo menos três vezes por mês a dizer que não há problema no sexo casual. Quando você olha apenas para aqueles que dizem que são firmemente discordam que não há problema para duas pessoas ficarem juntas para ter sexo sem maiores expectativas, a igreja SUD vai para o topo da lista com 89% de desaprovação, comparado com 86% de evangélicos, 85% de protestantes fundamentalista, e apenas 65% de católicos tradicionais que participam dos cultos pelo menos três vezes por mês.  

Ou considere as respostas à noção de que é "uma boa ideia" coabitar antes casar. Apenas 4% dos mórmons concordaram, comparado com 7% de evangélicos, 17% de protestantes fundamentalistas, e 24% de autodenominados católicos tradicionais que frequentam a igreja pelo menos três vezes por mês. 
O padrão nem sempre se sustenta. Em oposição ao adultério, pentecostais que frequentam a igreja três vezes por mês ou mais ganham, com zero porcento dizendo que às vezes é permitido ter relações sexuais fora do casamento, seguidos de perto pelos evangélicos (1%), pelos protestantes fundamentalistas (2%) e pelos membros SUD (3%), com protestantes, católicos tradicionais e moderados logo em seguida com 4%.

Mas em todas as medidas, incluindo a crença no inferno, membros da Igreja SUD ou estão no topo ou próximo ao topo da lista quando se trata de aderir às ideias e práticas tradicionais da religião cristã.

E quanto a prática?

O Instituto Austin olhou para as pessoas atualmente casadas e perguntou se elas haviam tido relações sexuais com seus cônjuges antes do casamento. Elas fazem o que suas igrejas ensinam?

Entre os fiéis regulares (três vezes por mês ou mais de frequência à igreja), 57% dos evangélicos tiveram sexo pré-marital com seus futuros cônjuges, enquanto 64% dos católicos tradicionais e 66% dos protestantes fundamentalistas haviam tido. Apenas 14% dos mórmons tiveram. 

Mais do que qualquer outro grupo nos Estados Unidos, e apesar das enormes diferenças com os protestantes ortodoxos e católicos (mórmons não são trinitarianos, para nomear uma crença básica distinta), a Igreja SUD é muito mais eficaz em transmitir as crenças culturais, atitudes e práticas cristãs clássicas sobre o casamento. 

Qual a razão disso?

Apenas Deus sabe com certeza, mas fiquei impressionado com as semelhanças entre o que disse o presidente Henry B. Eyring da Primeira Presidência SUD (que falou em um colóquio sobre a família realizado no Vaticano), e o defendido por Marshall Chalverus e Michael A. Thomas em sua tese de mestrado para a Escola Naval de Pós-graduação, Growing an Ideology: How the Mormons Do It[tradução livre: Desenvolvendo uma ideologia: como os mórmons fazem isso."]. Chalverus e Thomas tentaram aprender com a experiência SUD como uma minoria contracultural pode prosperar e crescer a fim de aprender lições para construção de uma contrarrevolução nacional. Entre suas conclusões: mórmons não convertem pela pregação. Eles ajudam a garantir a uniformidade no que sua igreja ensina por meio da centralização de currículos e materiais, mas esses materiais são usados na maioria das vezes para "pregar aos convertidos". Em vez disso, eles focam na construção de vínculos sociais, convidando antigos pesquisadores em uma rede crescente de pertencimento, antes de abordar a teologia ou ideologia. Pregam incessantemente para aqueles em seus bancos, mas estendem a mão com amor, afeição, trabalho de escotismo, e ajuda prática para os não-convertido. Isso parece muito com os meios que a Igreja Católica usa para evangelizar.  

Outra grande verdade que salta para fora dos dados é que a Igreja Católica está agora fazendo um trabalho extremamente ruim não só para pregar o que pratica, mas até mesmo para pregar. O que podemos aprender sobre essas divisões dentro da Igreja Católica nos EUA é um assunto para outro dia. 


— Maggie Gallagher é um membro sênior do Projeto Princípios Americanos. Ela bloga no MaggieGallagher.com.

Tradução: João Henrique Pereira

Publicado originalmente no seguinte endereço: http://www.nationalreview.com/article/394510/mormon-advantage-maggie-gallagher

Nenhum comentário:

Postar um comentário