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sexta-feira, 20 de maio de 2016

"Feministas maternas" defendem a maternidade na ONU


Por Candice Madsen, da Deseret News

CIDADE DE NOVA YORK - A Comissão da ONU sobre a Situação da Mulher (CSW) reúne mulheres de todo mundo para se concentrarem nos direitos e empoderamento das mulheres. Mas Carolina Allen, de Provo, afirma que uma voz não está sendo ouvida: a voz das mães.

"No último ano quando assisti à CSW, eu não senti que houvesse qualquer representação para mulheres como eu, e conheço mulheres tão poderosas em casa e penso que elas são necessárias aqui", disse Allen, uma mãe de cinco filhos.

Ela fundou a organização internacional inter-religiosa Big Ocean Women (tradução livre: O Grande Oceano de Mulheres) e retornaram esse ano com 30 mulheres, de vários estados, para levantar suas vozes e promover a maternidade e a família.





"Eu me considero uma feminista materna, e isso significa que estou expandindo minha esfera de influência a partir de mim mesma para meu lar, minha comunidade e então alcançar o mundo", afirma Allen.[1]

O grupo viajou para a cidade de Nova York na última semana para assistir reuniões na ONU e visitar representantes de países africanos para tratar de questões humanitárias, educacionais e da família.

O grupo foi convidado pela United Families International para participar em um evento próximo à ONU promovendo a maternidade. A UFI distribuiu sacolas de presente contendo um folheto sobre o familyserch.org, um gráfico de linhagem e a "Declaração Mundial da Família."[2]

"Fomos surpreendidas com a resposta positiva das mulheres de todo mundo que creem como nós", disse Allen.

Embora o grupo de Allen tenha encontrado apoio, algumas mulheres ficaram surpresas pelo número de participantes que não vê a família como a unidade básica da sociedade. 

"Estou surpresa que elas me vêem como mal", disse Carol Rice. "Há pessoas que estão, literalmente, em oposição, não apenas não querem fazer coisas a favor, mas estão, literalmente, em oposição à família como uma estrutura da sociedade."

Teresa Collett, professora de direito na Universidade de St. Thomas em Minnesota, afirmou que há duas visões em competição na ONU:

"Uma visão acredita que a diferença entre homens e mulheres é uma questão de dotes físicos. Que não existe nenhuma diferença inerente [...] e, por causa disso, seu entendimento de igualdade é algo que é muito individualista", afirma. "Autonomia é sua palavra de ordem. Escolha é seu objetivo final", observando que essa escolha significa refazer a família em qualquer forma que o indivíduo desejar.   

A Big Ocean Women, que foi criada para inspirar e apoiar as mulheres em fortalecer as famílias, juntaram-se a outros grupos de pressão para que a família seja incluída na agenda pós-2015 da ONU. 

Essa agenda inclui melhorar a educação, erradicar a pobreza e criar melhores cuidados de saúde mas, atualmente, não menciona fortalecer as famílias.

"Vemos uma família forte, acima de tudo, como um forte agente de desenvolvimento", disse o Arcebispo Bernardito Auza. Ele é um observador permanente do Vaticano na ONU e diz que a família precisa de mais proteção. 

"A família deve ser fortalecida, consolidada, protegida e defendida de acordo com nossos tratados internacionais e, principalmente, de acordo com a Declaração Universal dos Direitos Humanos", afirma. 

A Big Ocean Women apoia uma declaração que afirma que homens e mulheres deveriam complementarem-se na família, no mercado de trabalho e na sociedade em geral. Allen leu a declaração em frente da ONU.[3]

Parte dela declara: "Nós, as mulheres do mundo, exigimos reconhecimento universal e respeito à identidade feminina, sua dignidade e a verdadeira igualdade entre homens e mulheres em seus papéis complementares e recíprocos."

O membro mais jovem da Big Ocean Women disse que passar uma semana cercada de mulheres fortes e apaixonadas de todo o mundo a inspirou. 

"Eu aprendi tanto que eu quero levar tudo o que aprendi para casa e empoderar outros jovens como eu", disse Emily Baker de 18 anos. 

Todas essas mulheres acreditam que sua tarefa apenas começou e já estão planejando projetos de serviço. 

"Todas temos algo que queremos mudar ao voltarmos para casa agora, especialmente para ajudar nossas irmãs ao redor do mundo. Sentimos essa conexão com essas mulheres", disse Jennette Jenkins de Gilbert, Arizona. 

Jenkins, um membro de A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, serve como presidente das Moças, e Ali Lund, também SUD, está na presidência da Sociedade de Socorro em sua Ala em Gilbert. Elas disseram que querem reunir mulheres e moças em sua ala para formar kits para mulheres na África que não têm acesso a itens sanitários. 

"Aprendi muito sobre as questões das mulheres ao redor do mundo", disse Lund. "Uma das principais coisas que percebi é que a unidade familiar que temos com um pai e uma mãe realmente podem ajudar a curar o mundo, principalmente se as mães levarem suas responsabilidades a sério." 

Publicado originalmente pela Deseret News em 25 de março de 2015

Candice Madsen é um produtor senior de Projetos Especiais para a KSL-TV e produz o programa de televisão da Edição Nacional da Deseret News. Email: cmadsen@ksl.com

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Tradução: João Henrique Pereira

Notas:

1. A Fair Mormon Brasil entrevistou a irmã Carolina Allen e sua mãe Vilma Sagebin sobre a criação da Big Ocean Women. Confira a entrevista no vídeo abaixo.




2. Leia a Declaração Mundial da Família na íntegra em inglês:
http://www.worldfamilydeclaration.org/

3. Carolina Allen, fundadora do Big Ocean Family, lê a "Declaração Mundial da Família" em frente da ONU.

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