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sábado, 10 de outubro de 2015

Liberdade de crença e de consciência: citações do profeta Joseph Smith




Por João Henrique Pereira

Atualizado em 09.12.2015

Uma crença peculiar da Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias é sua afirmação da importância da Constituição dos Estados Unidos na preparação do mundo para o retorno final de Jesus Cristo e o estabelecimento de seu reino futuro. Essa crença é afirmada nos cânones da Igreja, está subentendida no texto do Livro de Mórmon e explícita em Doutrina e Convênios, além de ter sido reiterada em declarações de vários de seus líderes. O período inicial da restauração comprova a necessidade fundamental das chamadas liberdades constitucionais para o estabelecimento e propagação da crença dos santos dos últimos dias. 

Em 20 de julho de 1787, em uma correspondência para James Madson durante o período da Convenção Constituinte, Thomas Jefferson, autor da declaração de independência e, assim como Madson, um dos Pais Fundadores da nação americana, relatou que não apreciava na Constituição a ausência de "uma declaração de direitos que garanta claramente, sem o auxílio de sofisma, a liberdade de religião [e] a liberdade de imprensa".

Essa declaração viria com a Primeira Emenda à Constituição, que afirma em seu texto: "O Congresso não fará lei relativa ao estabelecimento de religião ou proibindo o livre exercício desta, ou restringindo a liberdade de palavra ou de imprensa, ou o direito do povo de reunir-se pacificamente e dirigir petições ao governo para reparação de seus agravos."

A experiência dos Santos dos Últimos Dias


A Ordem Executiva nº 44 do Estado Missouri ordenou que os santos
dos últimos dias fossem expulsos do Estado ou exterminados.
A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias tem demonstrado um forte interesse na proteção do direito fundamental de livre exercício da religião. Membros do Quórum dos Doze se pronunciaram sobre o assunto nos últimos meses, tendo esse sido o tema do discurso do Élder Robert D. Hales na Conferência Geral de abril de 2015. Desde que o Profeta Joseph Smith, aos 14 anos, relatou a experiência da orientação celestial que recebeu em resposta acerca de qual religião deveria se unir, se iniciou contra ele uma onda de feroz perseguição que se estendeu posteriormente à Igreja e resultou numa ordem de extermínio contra os santos e no martírio do profeta. 

Mesmo após se estabelecer nas Montanhas Rochosas, a Igreja continuou a sofrer forte oposição do governo, desta vez por parte do governo federal dos EUA, que incluía a insistente recusa em conceder ao território Deseret a condição de Estado e a pressão para que a Igreja abolisse a prática da poligamia. De fato, a campanha antimórmon foi tão eficaz nessa época que muitos dos preconceitos contra a Igreja veiculados pela imprensa e na literatura da época ainda persistem no imaginário de muitos. 


Em 27 de julho de 1847 o Profeta Joseph Smith e o Patriarca Hyrum Smith são
assassinados na Cadeia de Carthage.



Mesmo após a morte de Joseph, os santos continuaram a sofrer perseguições,
forçando-os a fugirem para o Oeste em busca de liberdade religiosa.


Citações do Profeta Joseph Smith

Em 27 de março de 1833, na oração de dedicação do Templo de Kirtland, Joseph Smith orou para que "os princípios que foram tão honrosa e nobremente defendidos por nossos pais, ou seja, a Constituição [dos Estados Unidos, fossem] estabelecidos para sempre." Reunimos abaixo algumas citações do profeta sobre a liberdade de crença que revelam seu amor por esses princípios constitucionais e demonstram o caráter nobre desse grande servo do Senhor:  

Regras de Fé 1:11: "Pretendemos o privilégio de adorar a Deus Todo-Poderoso de acordo com os ditames de nossa própria consciência; e concedemos a todos os homens o mesmo privilégio, deixando-os adorar como, onde ou o que desejarem."

"Consideramos ser um princípio justo, crendo que todo indivíduo deveria refletir devidamente sobre a força desse princípio, que todos os homens foram criados iguais e que todos têm o privilégio de pensar por si mesmos no tocante a todos os assuntos relacionados a consciência. Consequentemente, não temos a disposição, mesmo que tivéssemos poder para isso, de privar qualquer pessoa do exercício dessa liberdade de pensamento que o céu tão graciosamente conferiu à família humana como uma de suas dádivas mais preciosas."
"The Elders of the Church in Kirtland, to Their Brethren Abroad", 22 de janeiro de 1834.

"Se foi demonstrado que tenho a disposição de morrer por um 'mórmon', declaro destemidamente perante o Céu que estou igualmente pronto para morrer em defesa dos direitos de um presbiteriano, um batista ou um bom homem de qualquer outra denominação; porque o mesmo princípio que destruiria os direitos dos santos dos últimos dias também destruiria os direitos dos católicos romanos ou de qualquer outra denominação que venha a ser impopular ou demasiadamente fraca para defender-se.

É o amor pela liberdade que inspira minha alma, a liberdade civil e religiosa para toda a raça humana. O amor pela liberdade foi propagado em minha alma por meus avós quando eles me balançavam no colo. [...]

Se eu achar que a humanidade está errada, devo perseguí-la? Não. Eu a elevarei, e a sua própria maneira também, se não puder persuadí-la que meu caminho é o melhor; e não procurarei compelir homem algum a crer no que eu creio, a não ser pela força da razão, porque a verdade abrirá seu próprio caminho."
Discurso proferido em 9 de julho de 1843, em Nauvoo, Illinois.

"Devemos estar sempre atentos aos preconceitos que às vezes se apresentam de modo tão estranho e são tão comuns à natureza humana contra nossos amigos, vizinhos e irmãos do mundo que decidem diferir de nós em questões de opinião e fé. Nossa religião é algo entre nós e Deus. A religião deles é algo entre eles e o Deus deles."
Carta de Joseph Smith e outros a Edward Patrigge e a Igreja, 20 de março de 1839, Cadeia de Liberty.

"Quando vemos qualidades virtuosas nos homens, devemos sempre reconhecê-las, seja qual for a compreensão que tenham em relação a credos e doutrinas; porque todos homens são livres, ou deveriam ser, possuindo direitos inalienáveis e elavadas e nobres qualificações das leis da natureza e da autopreservação para agir como quiserem e dizer o que quiserem, enquanto mantiverem o devido respeito para com os direitos e privilégios de todas as criaturas, sem infringir nenhum deles. Essa é a doutrina que apoio e pratico do fundo do coração."
Carta a James Arlington Bennet, 8 de setembro de 1842, Nauvoo, Illinois.

"Todas as pessoas têm direito a seu arbítrio, pois Deus assim ordenou. Ele fez com que homens fossem agentes morais e deu-lhes poder para escolher entre o bem e o mal; para buscar o que é bom, seguindo o caminho de santidade nesta vida, que proporciona paz de consciência e alegria no Espírito Santo nesta vida e uma plenitude de alegria e felicidade à direita Dele na vida futura; ou para seguir um mau caminho, permanecendo no pecado e na rebelião contra Deus, trazendo assim condenação para sua alma neste mundo e uma perda eterna no mundo vindouro. Como o Deus do céu deixou essas coisas à escolha de cada indivíduo, não queremos privá-los desse direito. Desejamos apenas agir como o fiel atalaia, de acordo com a palavra do Senhor revelada a Ezequiel, o profeta (Ezequiel capítulo 33, versículos 2, 3, 4 e 5), e deixar que as pessoas façam o que lhes parecer melhor."
Carta da Primeira Presidência aos santos de Kirtland, Ohio, de 8 de dezembro de 1839, Commerce, Illinois. 

"É um dos princípios de minha vida, o qual tenho desenvolvido desde a infância, tendo sido ensinado por meu pai, permitir que todos tenham liberdade de consciência. [...] Em meus sentimentos estou sempre pronto para morrer defendendo os fracos e oprimidos em seus direitos justos."
Discurso proferido em 15 de outubro de 1843, em Nauvoo, Illinois.

"Não se intrometam na religião de homem algum: todos os governos deveriam permitir que todo homem desfrutasse sua religião sem ser perturbado. Ninguém está autorizado a tirar uma vida devido à diferença de religião, a qual todas as leis e governos deveriam tolerar e proteger, seja ela certa ou errada."
Discurso proferido em 7 de abril de 1844, em Nauvoo, Illinois.

"Cultivaremos a paz e a amizade com todos, cuidaremos de nossos próprios assuntos e seremos muito bem sucedidos e respeitados, porque ao respeitar os outros, respeitamos a nós mesmos."
Carta ao redator do Nauvoo Neigbbor, escrita em 10 de fevereiro de 1844.

"Embora nunca tenha tido o desejo de obrigar qualquer pessoa a aceitar minha doutrina, regozijo-me de ver o preconceito dar lugar à verdade e as tradições dos homens serem dispersadas pelos puros princípios e o Evangelho de Jesus Cristo." 
Carta a Joseph L. Heywood, escrita em 13 de fevereiro de 1843, em Nauvoo, Illinois. 



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