A religião tem a “capacidade única” de incentivar “uma prestação de
contas moral que leva ao autocontrole”, de acordo com o Élder D. Todd
Christofferson, do Quórum dos Doze Apóstolos. “Falo do conceito
religioso do arbítrio moral — de que todos nós somos pessoalmente
responsáveis perante Deus por nossas escolhas e nossas ações em relação
ao governo e uns aos outros. A disciplina voluntária individual criada
por princípios religiosos é essencial, como algo prático, para que haja o
estado de direito eficiente e efetivo.”
O Élder Christofferson abordou este assunto quando recebeu o Prêmio
de Distinção por Serviço Público de 2011 em 21 de outubro da seção da
Área da Baía de São Francisco da BYU Management Society por sua
liderança administrativa e religiosa.
Ele continuou dizendo: “É uma ironia que, enquanto um acordo sobre
valores e obrigações morais que sustém a lei decai, os governos se
sentem compelidos em multiplicar as leis e regulamentações numa
tentativa de manter a ordem. Em longo prazo, entretanto, a lei sozinha
não pode compensar a ausência de moralidade e autocontrole por parte dos
cidadãos comuns”.
Antes de ser chamado como Autoridade Geral, o Élder Christofferson
possuía uma carreira jurídica de destaque. Ele se formou na Universidade
Brigham Young, formou-se em direito na Universidade Duke e serviu como
assistente de juiz em Washington, D.C.
Fonte: https://www.lds.org/prophets-and-apostles/unto-all-the-world/religion-enables-social-morality-elder-christofferson-says?lang=por
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sábado, 21 de dezembro de 2013
quinta-feira, 24 de outubro de 2013
Lição 2 - Vida, Liberdade e a Procura da Felicidade
A seguinte aula é a segunda de uma série de traduções e adaptações de doze aulas do site Latter Day Conservative lá intituladas como 12 Lesson course on Liberty e neste blog como 12 Lições sobre a Liberdade.
Vida, Liberdade e a Procura da Felicidade
Lição 2
DEUS É A FONTE DE TODA A LUZ, VERDADE E INTELIGÊNCIA. ELE É
TAMBÉM A FONTE DOS DIREITOS DOS HOMENS
“Consideramos essas verdades como
evidentes por si mesmas, que todos os homens são criados iguais, dotados pelo
Criador de certos direitos inalienáveis, que entre estes estão a vida, a
liberdade e a procura da felicidade.” (Declaração de Independência dos EUA)
A
declaração de independência dos EUA assegura que Deus dotou o homem de certos
direitos fundamentais. Esses direitos não podem ser violados por ninguém, nem
mesmo o governo. Podemos perder alguns desses direitos, e enfrentar certas consequências,
se escolhermos infringir os direitos de outros.
O
grande Thomas Jefferson perguntou:
“Pode a liberdade de uma nação ser
considerada segura quando removermos sua única base firme, uma convicção na
mente do povo de que essas liberdades são um dom de Deus? Que elas não podem
ser violadas sem despertar sua ira? (Works 8:404; P.P.N.S., p.141)
Iniciando na fundação das
pirâmides, deixe-nos primeiro considerar a origem dessas liberdades que temos
conhecido como direitos humanos. Há apenas duas fontes possíveis. Direitos são
dados por Deus como parte de um Plano Divino, ou eles são dados pelo governo
como parte de um plano político. Razão, necessidade, tradição e convicções
religiosas, tudo me leva a aceitar a origem divina desses direitos. Se nós
aceitarmos a premissa de que os direitos são concedidos pelo governo, então
devemos aceitar o corolário de que eles podem ser negados pelo governo. Eu, por
exemplo, jamais aceitarei essa premissa. Conforme o economista francês,
Frederick Bastiat, expressou isso de forma sucinta “A vida, a liberdade e a
propriedade não existem pelo simples fato de os homens terem feito leis. Ao
contrário, foi pelo fato de a vida, a liberdade e a propriedade existirem antes
que os homens foram levados a fazer as leis.” (A Lei, p.9) (Ezra Taft Benson, The Proper Role of
Government)
"Se o homem deve ser recompensado pela retidão e punido pelo mal, então a justiça comum requer que a ele seja dado o poder de ação independente[...] Se eles fossem coagidos para a fazer o que é certo em todos os momentos, ou fossem incapazes de serem seduzidos a cometer pecados, eles não mereceriam nem uma bênção pelo primeira nem punição para o segunda.' ("Free Agency... A Divine Gift", Improvement Era, May 1950, 366.)
O Que é um Direito Fundamental?
O seguinte vídeo oferece uma definição de Direitos Fundamentais (em inglês):
Direitos Fundamentais são aqueles direitos que todas as pessoas podem simultaneamente clamar sem forçar alguém a servir a suas necessidades (assista ao vídeo acima para ver exemplos e mais explicações).
Qual é a diferença entre Arbítrio, Liberdade e Independência?
Deixe-nos primeiro considerar as escrituras que usam esses três termos implicando sentidos diferentes:Portanto os homens são livres segundo a carne; e todas as coisas de que necessitam lhes são dadas. E são livres para escolher a liberdade e vida eterna por meio do grande Mediador de todos os homens, ou para escolherem o cativeiro e a morte, de acordo com o cativeiro e o poder do diabo; pois ele procura tornar todos os homens tão miseráveis como ele próprio. (2 Nephi 2:27)Analise a afirmação "eles são livres para escolher a liberdade". Você pode também querer ler os versículos ao redor nesse capítulo para entender o contexto completo.
É-nos dito que somos livres para ecolher liberdade ou cativeiro. A escolha implica que temos arbítrio, ou a habilidade para escolher entre Liberdade e Escravidão. Somo livres para escolher, o que significa que temos a habilidade para realizar a ação que irá decidir o resultado. Nesse caso, podemos escolher o caminho da Liberdade ou do Cativeiro/Escravidão.
Arbítrio é a habilidade para escolher uma ação, enquanto Liberdade é a capacidade para realizar uma ação. Qual a diferença? Aqui está um exemplo. Você tem o arbítrio ou a habilidade para fazer a escolha de visitar um site, e pode fazer essa escolha mesmo se você não tem um computador ou conexão de internet. Você fez a escolha apesar da ausência da habilidade para agir sobre essa escolha. É o acesso ao computador e a conexão de internet que irá fornecer-lhe com Liberdade, ou capacidade, para realmente visitar o site. Arbítrio é a habilidade para escolher uma ação, enquanto Liberdade é a capacidade para realmente realizar a ação.
Independência é dada como oposta ao cativeiro. Independência é muitas vezes confundida como tendo o mesmo significado que Liberdade, mas há uma diferença. Definimos Liberdade como a capacidade de escolher uma ação. Independência vem de escolher e fazer ações corretas, aquelas que são justas perante Deus. É realmente impossível separar independência da obediência às leis de Deus.
Independência real vem apenas ao obedecer a um mandamento ou lei para alcançar o destino que você quer. Escravidão, ou cativeiro, é escolher um caminho e estar preso aos resultados, enquanto Independência é escolher seu destino ou o resultado e estar ligado ao caminho requerido para alcançar tal resultado.
A chave para entender e experimentar independência reside em escolher o resultado que queremos contra receber os resultado que nossos caminhos ditarem.
Se você quer a independência que vem de ser saudável e ter a capacidade de correr e não se cançar, andar e não desfalecer (D&C 89) você deve escolher aquele resultado de saúde e ter seu caminho ditado em conformidade com esse desejo. Se você estiver comprometido com esse resultado você não irá consumir donuts e refrigerante todos os dias -- essa escolha ligaria você ao resultado inerente a uma vida pouco saudável, e você estaria em cativeiro.
Nós podemos "escolher a liberdade e vida eterna por meio do grande Mediador de todos os homens, ou [escolher] o cativeiro e a morte, de acordo com o cativeiro e o poder do diabo". É apenas por meio da escolha do plano de Deus, através de Cris e seu plano de salvação que nós podemos realmente ter e experimentar independência. Esse foi também o entendimento dos Pais Fundadores. "Nossa constituição," disse John Adams, "foi feita apenas para um povo moral e religioso. Ela é completamente inadequada para o governo de qualquer outro povo."
Voltando para 2º Néfi, capítulo 2, versículo 25, lemos que "homens existem para que tenham alegria," É em escolher independência que iremos experimentar alegria, ou a felicidade.
Escolher a independência é escolher erguer-se pela verdade e pela retidão, para ser encontrado ao lado do Senhor. Escolher a independência resulta em experimentar o grau mais elevado de liberdade.
Isso dá um novo significado às palavras "Vida, Liberdade e Felicidade [mencionadas na declaração de independência dos EUA]." Essa vida é o tempo para nós sermos "provados, para ser testados e para escolher. Nossas decisões determinam nosso destino. [...] Aqueles que escolhem o caminho do Senhor" [escolher a independência] e "que se provarem fiéis 'herdarão o reino de Deus [...] e sua alegria [felicidade] será completa para sempre." (Russel M Nelson, Agora É o Tempo de Nos Prepararmos. Conferência Geral, abril de 2005).
"E conhecereis a verdade e a verdade vos libertará." (João 8:32)
Tradução e adaptação: João Henrique Pereira
Atalhos relacionados:
O Livro de Mórmon, 2º Néfi 27
conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará.
João 8:32
João 8:32
E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará.
João 8:32
João 8:32
As Forças Que Nos Salvarão, Pres. James E, Faust
Mensagem da Primeira Presidência 01/2007
As Forças Que Nos Salvarão
Presidente James E. Faust
Então segundo Conselheiro na Primeira Presidência
Presidente James E. Faust
Então segundo Conselheiro na Primeira Presidência
Sinto-me inspirado a elevar a
voz de advertência contra o diabo e seus anjos — a fonte e a origem de
todo o mal. Abordo esse assunto em espírito de oração, porque Satanás
não é um tema inspirador. Considero-o como o grande imitador.
Creio que testemunharemos
evidências cada vez maiores do poder de Satanás, à medida que o reino de
Deus se torna mais forte. Creio que os esforços cada vez mais intensos
de Satanás são, de certa forma, uma prova da veracidade desta obra. No
futuro, a oposição se tornará mais sutil e ao mesmo tempo mais
declarada. Será disfarçada com mais sofisticação e astúcia, mas também
se tornará mais descarada. Precisaremos de mais espiritualidade para
perceber todas as formas do mal e mais forças para resistir a ele. Os
desapontamentos e reveses no trabalho de Deus, entretanto, serão apenas
temporários, pois o trabalho irá avante.
1
Não é uma coisa boa
interessar-se por Satanás e seus mistérios. Nada de bom pode resultar de
aproximar-nos do mal. Tal como quando brincamos com fogo, é muito fácil
nos queimar: “O conhecimento do pecado induz à sua prática”.
2
O único caminho seguro é manter-nos bem distante dele e de
quaisquer de suas atividades iníquas e práticas depravadas. Os males do
culto ao diabo, da feitiçaria, da bruxaria, do ocultismo, dos
encantamentos, da magia negra e todas as outras formas de demonismo
devem ser evitados como praga.
No entanto, o Presidente Brigham Young (1801–1877) disse ser importante “estudar (…) o mal e suas conseqüências”.
3
Sendo Satanás o autor de todo o mal no mundo, é essencial,
portanto, dar-nos conta de que ele é a influência por trás da oposição à
obra de Deus. Alma declarou esse ponto sucintamente: “Tudo que é bom
vem de Deus e tudo que é mau vem do diabo”.
4
A principal razão de eu ter
escolhido esse tema é ajudar os jovens, advertindo-os, como disse Paulo:
“Para que não sejamos vencidos por Satanás; porque não ignoramos os
seus ardis”.
5
Esperamos que os jovens, que pouco conhecem sobre as
filosofias enganadoras do mundo, possam manter-se a salvo das tentações e
armadilhas de Satanás. Não pretendo ter pessoalmente qualquer
conhecimento especial quanto aos métodos de Satanás, mas, vez por outra,
fui capaz de identificar sua influência e suas ações em minha vida e na
vida de outras pessoas. Quando cumpria minha primeira missão, ele
procurou desviar-me de meu futuro caminho e, se possível, destruir minha
utilidade para a obra do Senhor. Isso foi há quase sessenta anos, mas
ainda lembro muito bem como me pareceram razoáveis as suas propostas.
Os Apelos Sedutores de Satanás
Quem nunca ouviu e sentiu
as instigações do diabo? Sua voz parece muitas vezes tão convincente, e
sua mensagem tão fácil de justificar. É uma voz sedutora e atrativa, de
doces tons. Não é ríspida nem discordante. Ninguém daria ouvidos à voz
de Satanás se ela soasse áspera ou maldosa. Se a voz do diabo fosse
desagradável, não seduziria as pessoas a lhe darem ouvidos.
Shakespeare escreveu: “O príncipe das trevas é um perfeito cavalheiro”
6
, e “O diabo sabe citar as escrituras para seus propósitos”.
7
Como o grande imitador, Lúcifer possui maravilhosos poderes de
ilusão. Conforme disse Paulo aos coríntios: “E não é maravilha, porque o
próprio Satanás se transfigura em anjo de luz”.
8
Alguns dos argumentos mais
eficazes de Satanás são: “Todo mundo está fazendo”; “Se não prejudica
ninguém, tudo bem”; “Se você se sente bem fazendo isso, tudo bem”; ou “É
isso que está na moda”. Essas armadilhas sutis fazem de Satanás o
grande imitador, o mestre dos impostores, o maior dos farsantes e o
grande mentiroso.
Todos possuímos um freio
interior que nos detém antes de seguirmos Satanás longe demais no
caminho errado. É uma voz mansa e delicada. Mas se nos permitirmos ceder
à tentação de Satanás, o freio começa a vazar fluido, enfraquecendo e
deteriorando nosso mecanismo de freagem.
Néfi nos deixou a fórmula ou padrão de ação de Satanás:
“E a outros pacificará e
acalentará com segurança carnal, de modo que dirão: Tudo vai bem em
Sião; sim, Sião prospera. Tudo vai bem — e assim o diabo engana suas
almas e os conduz cuidadosamente ao inferno.
E eis que a outros ele
lisonjeia, dizendo-lhes que não há inferno; e diz: Eu não sou o diabo,
porque ele não existe — e assim lhes sussurra aos ouvidos até agarrá-los
com suas terríveis correntes, das quais não há libertação.”
9
A Primeira Presidência
descreveu Satanás: “Ele trabalha tão bem disfarçado, que muitos não o
reconhecem, nem a seus métodos. Não existe crime que não cometa, nem
devassidão que não invente, nem praga que não envie, nem coração que não
despedace, nem vida que não tome ou alma que não destrua. Vem como o
ladrão à noite; é um lobo disfarçado em pele de cordeiro”.
10
Satanás é o mestre mundial no uso da lisonja; ele conhece a
grande força da língua e da fala, um poder que seus servos estão sempre
utilizando.
11
Ele sempre foi uma das grandes forças do mundo.
Certa vez, ouvi Ernest
LeRoy Hatch, que foi presidente do templo da Cidade da Guatemala, dizer:
“O diabo não é esperto por ser o diabo; ele é esperto por ser muito
velho”. De fato, o diabo é velho, e nem sempre foi o diabo. A princípio
não era o perpetrador do mal. No início, fazia parte das hostes
celestes. Era “um anjo de Deus, que possuía autoridade na presença de
Deus”.
12
Antecipando-se a Cristo, propôs a Deus, o Pai: “Eis-me aqui,
envia-me; serei teu filho e redimirei a humanidade toda, de modo que
nenhuma alma se perca; e sem dúvida eu o farei; portanto dá-me a tua
honra”.
13
Propunha-se a fazer isso à força, destruindo o arbítrio do homem.
Satanás tornou-se o diabo ao procurar obter glória, poder e domínio pela força.
14
Jesus, porém, tendo sido escolhido “desde o princípio”, disse a
Deus: “Pai, faça-se a tua vontade e seja tua a glória para sempre”.
15
Que grande diferença na proposta! Por mais errado que estivesse,
Satanás foi persuasivo o bastante para induzir um terço das hostes
celestes a segui-lo.
16
Cometeu uma grande fraude ao dizer: “Eu também sou filho de Deus”
17
, persuadindo outros a amá-lo mais do que a Deus.
Arbítrio — Nossa Alternativa
O arbítrio que nos foi dado
por meio do plano de nosso Pai é a grande alternativa ao plano de
imposição de Satanás. Com esse sublime dom, podemos crescer, progredir e
buscar a perfeição. Sem o arbítrio, nenhum de nós poderia crescer e
desenvolver-se, aprendendo com nossos enganos e erros e com os de outras
pessoas.
Devido à sua rebelião,
Lúcifer foi expulso e “tornou-se Satanás, sim, o próprio diabo, o pai de
todas as mentiras, para enganar e cegar os homens e levá-los cativos
segundo sua vontade, sim, todos os que não derem ouvidos [à voz do
Senhor]”.
18
E assim, esse personagem que foi um anjo de Deus com autoridade, foi banido da presença de Deus e de Seu Filho.
19
Isso causou muita tristeza nos céus, “porque os céus prantearam por ele — ele era Lúcifer, um filho da manhã”.
20
Acaso isso não dá aos seguidores de Cristo a responsabilidade de
se preocupar com os entes queridos que se desviaram do caminho, estando
“banidos da presença de Deus”?
21
Não conheço melhor maneira de demonstrar amor incondicional do que ajudar a alma perdida a buscar outro caminho.
Satanás, porém, exerce uma
importante função negativa. Em 2 Néfi lemos: “Porque é necessário que
haja uma oposição em todas as coisas”.
22
De fato, Pedro adverte: “Sede sóbrios; vigiai; porque o diabo,
vosso adversário, anda em derredor, bramando como leão, buscando a quem
possa tragar”.
23
C. S. Lewis, um escritor
cristão, deu-nos uma visão perspicaz das táticas do diabo. Numa carta
fictícia, Screwtape, o diabo-chefe, instrui o aprendiz de diabo
Wormwood, que está procurando se tornar mais experiente:
“Você dirá que são apenas
pecados insignificantes. Sem dúvida, como todos os jovens tentadores,
você está ansioso para relatar iniqüidades espetaculares. (…) Não
importa quão pequenos sejam os pecados, uma vez que seu efeito
cumulativo é afastar o homem da Luz e levá-lo ao Nada. (…) Na verdade, o
caminho mais seguro para o inferno é o caminho gradual — declive suave,
pavimento macio, sem curvas fechadas, sem marcos, sinais ou postes
indicadores.”
24
C. S. Lewis também
escreveu: “Aceita-se como válida a tola idéia de que as pessoas de bem
não sabem o que significa tentação. Isso obviamente é mentira. Só quem
procura resistir à tentação sabe como ela é forte. (…) Descobre-se a
força do vento ao caminhar-se contra ele, e não ao deitar-se no chão”.
25
O Profeta Joseph Smith
disse por experiência própria: “Quanto mais a pessoa se aproxima do
Senhor, maior poder será manifestado pelo adversário para impedir a
realização de Seus propósitos”.
26
Nossa Defesa: Permanecer Firmes
Contudo, não precisamos
ficar paralisados por medo do poder de Satanás. Ele não tem poder sobre
nós, a menos que o permitamos. Na verdade, ele é covarde, e se ficarmos
firmes, ele recuará. O Apóstolo Tiago aconselhou: “Sujeitai-vos, pois, a
Deus, resisti ao diabo, e ele fugirá de vós”.
27
Ele não consegue ler nossos pensamentos, a menos que os
expressemos com palavras. Néfi disse que o diabo “não tem poder sobre o
coração” das pessoas justas.
28
Ouvimos comediantes e outras pessoas justificarem ou explicarem
suas más ações, dizendo: “O diabo me induziu”. Não creio que o diabo
consiga realmente nos induzir a fazer coisa alguma. Sem dúvida ele pode
tentar e enganar, mas não tem autoridade sobre nós, a menos que o
permitamos.
O poder de resistir a
Satanás pode ser maior do que imaginamos. O Profeta Joseph Smith
ensinou: “Todos os seres com corpos possuem domínio sobre os que os não
têm. O diabo não tem poder sobre nós, exceto se o permitirmos. No
momento em que nos rebelarmos contra qualquer coisa que vier de Deus, o
diabo exercerá seu domínio”.
29
Declarou ainda: “Os espíritos iníquos têm seus limites, termos e leis pelos quais são governados”.
30
Portanto, Satanás e seus anjos não são todo-poderosos. Um dos
métodos de Satanás é persuadir a pessoa que transgrediu de que não
existe esperança de perdão. Mas sempre existe esperança. Para a maioria
dos pecados, por mais graves que tenham sido, há a possibilidade de
arrependimento, se o desejo for suficientemente sincero.
Discernir o Mal
Satanás tem tido muito
sucesso com esta geração facilmente influenciável. Em conseqüência
disso, multidões, literalmente, se tornaram vítimas dele e de seus
anjos. No entanto, existe um grande escudo contra o poder de Lúcifer e
de suas hostes. Essa proteção acha-se no espírito de discernimento, por
meio do poder do Espírito Santo. Esse dom se manifesta invariavelmente
pela revelação pessoal àqueles que se empenham em obedecer aos
mandamentos do Senhor e em seguir o conselho dos profetas vivos.
Essa revelação pessoal
virá, sem dúvida, a todos aqueles que têm os olhos fitos na glória de
Deus, porque têm a promessa de que seu “corpo se encherá de luz e
[neles] não haverá trevas”.
31
Todos que se achegam a Cristo pela obediência aos convênios e
ordenanças do evangelho podem frustrar os esforços de Satanás. Os
humildes seguidores do divino Mestre não serão enganados pelo diabo se
forem honestos e sinceros com seus semelhantes, se forem à casa do
Senhor, tomarem o sacramento dignamente, santificarem o Dia do Senhor,
pagarem seu dízimo e ofertas, orarem com contrição, se empenharem no
trabalho do Senhor e seguirem aqueles que os presidem.
Há forças que nos salvarão
das crescentes mentiras, desordens, violência, caos, destruição, miséria
e fraudes que vemos na Terra. Essas forças salvadoras são os eternos
princípios, convênios e ordenanças do evangelho eterno do Senhor Jesus
Cristo. Esses mesmos princípios, convênios e ordenanças estão ligados
aos direitos e poderes do sacerdócio do Deus Onipotente. Nós, desta
Igreja, somos portadores e guardiães desses poderes dominantes que podem
fazer retroceder grande parte do poder de Satanás na Terra, e sem
dúvida o farão. Cremos que possuímos esses poderes vigorosos em
benefício de todos os que morreram, de todos os que vivem hoje e dos que
ainda estão por nascer.
Oro que, ao expandirmos a
retidão, as mãos malignas do destruidor sejam detidas para que não lhes
seja permitido amaldiçoar o mundo inteiro. Oro a Deus que revele nossas
fraquezas, imperfeições e numerosas falhas e que perdoe generosamente
nossos erros e transgressões. Que Ele dê alívio aos que sofrem, consolo
aos que choram e paz aos que estão aflitos e abatidos.
- Ver D&C 3:1; 65:2.
- Joseph F. Smith, Gospel Doctrine, 5ª ed., 1939, p. 373.
- Discourses of Brigham Young, sel. John A. Widtsoe, 1941, p. 257.
- Alma 5:40.
- II Coríntios 2:10–11.
- Rei Lear, ato 3, cena 4, verso 148.
- O Mercador de Veneza, ato 1, cena 3, verso 99.
- II Coríntios 11:14; ver também 2 Néfi 9:9.
- 2 Néfi 28:21–22.
- James R. Clark, comp., Messages of the First Presidency of The Church of Jesus Christ of Latter-day Saints, 6 vols., 1965–1975, volume 6, p. 179.
- Ver Jacó 7:4.
- D&C 76:25.
- Moisés 4:1.
- Ver Moisés 4:3–4.
- Moisés 4:2.
- Ver Apocalipse 12:4; D&C 29:36.
- Moisés 5:13.
- Moisés 4:4.
- Ver D&C 76:25.
- D&C 76:26.
- Ver Moisés 6:49.
- 2 Néfi 2:11.
- I Pedro 5:8.
- The Screwtape Letters, 1961, p. 56.
- Mere Christianity, 1960, p. 124.
- Orson F. Whitney, Life of Heber C. Kimball, 1945, p. 132.
- Tiago 4:7.
- Ver 1 Néfi 22:26.
- The Words of Joseph Smith, ed. Andrew F. Ehat e Lyndon W. Cook, 1980, p. 60.
- History of the Church, volume 4, p. 576.
- D&C 88:67.
Notas
terça-feira, 10 de setembro de 2013
VEJA entrevista Olavo de Carvalho sobre o quadro político brasileiro 03.08.11
Entrevista
Olavo de Carvalho: esquerda ocupou vácuo pós-ditadura
Filósofo diz que espaço deixado pela ditadura militar foi tomado por esquerdistas, que contaram com a conivência de direitistas
Gabriel Castro
"A classe política, que era de maioria direitista, acabou sendo
marginalizada e deixando um espaço vazio. Esse espaço foi preenchido
pelos políticos de esquerda que voltavam do exílio. Quando veio a
Constituição de 1988, a esquerda já era praticamente hegemônica"
Em entrevista concedida por telefone ao site de VEJA, ele diz que a direita tem boa parte da culpa pela própria derrocada e critica o fato de legendas liberais terem se apegado à discussão meramente econômica. O filósofo, que mora na zona rural da Virgínia, diz que o eleitorado conservador não vai encontrar tão cedo um partido que represente suas ideias no país.
A ausência de um partido conservador no Brasil é resultado das circunstâncias políticas ou de uma estratégia bem-sucedida da esquerda? Não é nem só uma coisa nem só outra. O processo começou durante o regime militar, quando tecnocratas assumiram todo o comando do processo e marginalizaram a política, reduzindo a função dos políticos a carimbar decretos oficiais. E, na concorrência de poder e prestígio, eles eliminaram alguns políticos de direita da mais alta qualidade, como Carlos Lacerda. A Arena era ideologicamente inócua. De lá para cá, a classe política, que era de maioria direitista, acabou sendo marginalizada e deixando um espaço vazio. Esse espaço foi preenchido pelos políticos de esquerda que voltavam do exílio. Quando veio a Constituição de 1988, a esquerda já era praticamente hegemônica.
O regime militar não conseguiu sufocar a oposição de esquerda? O governo militar se ocupou de combater a guerrilha, mas não de combater o comunismo na esfera cultural, social e moral. Havia a famosa teoria da panela de pressão, do general Golbery do Couto e Silva. Ele dizia: “Não podemos tampar todos os buraquinhos e fazer pressão, porque senão ela estoura”. A válvula que eles deixaram para a esquerda foram as universidades e o aparato cultural. Na mesma época, uma parte da esquerda foi para a guerrilha, mas a maior parte dela se encaixou no esquema pregado por Antonio Gramsci, que é a revolução cultural, a penetração lenta e gradual em todas as instituições de cultura, mídia etc. Foi a facção que acabou tirando vantagem de tudo isso – até da derrota, porque a derrota lhes deu uma plêiade de mártires.
Então a hegemonia cultural veio antes da partidária? Claro. Acompanhe, por exemplo, as sessões ditas culturais dos principais jornais do país. Você vai ver que, durante 30 anos, não teve uma ideia conservadora lá. O primeiro passo para marginalizar uma corrente de ideias é excluí-la da alta cultura. Você trata aquilo como se fosse uma corrente popular, um bando de caipiras, um bando de fanáticos que não tem respeitabilidade intelectual. O período militar foi a época de maior progresso da indústria editorial de esquerda no Brasil. Nunca se publicou tanto livro de esquerda. Além de ter destacados colunistas de esquerda nos jornais, ainda havia vários semanários importantíssimos de oposição como os tabloides Movimento, Fato Novo, O Pasquim, Ex, Versus, as revistas Civilização Brasileira, Paz e Terra e muitas outras. Além disso, praticamente todos os grandes jornais eram dirigidos por homens de esquerda como Luís Garcia, Claudio Abramo, Alberto Dines, Narciso Kalili e Celso Kinjo. Outra coisa importantíssima: todos os sindicatos de jornais do país eram presididos por esquerdistas.
O presidente do DEM, José Agripino Maia, diz que o partido é de centro e que suas bandeiras estão ligadas ao liberalismo econômico apenas. Como o senhor vê essa declaração? A limitação do ideário conservador ao aspecto econômico é uma estratégia da esquerda. O que o governo faz? Reserva uma margem de manobra para a empresa privada, mas exerce o controle total sem exercer a responsabilidade. Se tudo dá certo, é glória do governo. Se tudo dá errado, é culpa do empresário. Uma oposição que se limite à defesa da propriedade privada não oferece risco algum para o socialismo. A verdadeira corrente conservadora se manifesta também por um ideário de direitos civis, de liberdade religiosa, da defesa da moral judaico-cristã, da educação clássica, com padrões exigentes. É uma concepção integral da sociedade. Os liberais que acabam concordando com a esquerda no seu ideário cultural e moral são traidores. Uns são traidores conscientes, outros por idiotice.
Leia também: O incrível caso do país sem direita
Na última campanha, o aborto chegou ao debate eleitoral por causa da mobilização de parte da sociedade. Só depois os partidos passaram a debater o tema. É um sinal de que a população é mais conservadora do que seus representantes políticos? Há uma faixa conservadora, cristã, que não aceita políticas como o "abortismo" e o "gayzismo". Uma faixa imensa da população não aceita essa brincadeira e se mobilizou fora dos partidos para combater o aborto, num movimento iniciado por grupos religiosas, por igrejas, e o PSDB acabou tirando alguma vantagem disso por falta de alternativa. É o princípio do mal menor: “Não tem mais ninguém, vamos votar no PSDB”. Mas o PSDB não tem mérito nenhum nisso.
Como o senhor vê a implosão do DEM, que vem perdendo força e de onde saíram os fundadores do PSD? O DEM decidiu se transformar-se num instrumento servil da política de esquerda. Então se autocastrou de propósito.
O que a direita precisa saber para reequilibrar o quadro político? Reocupar os espaços na esfera cultural? A esquerda, devido à enorme facilidade que teve para ocupar os espaços, começou a promover o que tinha de pior na pseudo-intelectualidade esquerdista. E destruiu a cultura superior no Brasil. Num lugar onde se chamam de intelectuais Emir Sader, Chico Buarque de Hollanda e Tarso Genro, está tudo perdido. É a barbárie completa. A Comissão de Educação e Cultura da Câmara têm entre seus membros o Tiririca, que é um sujeito que quase foi recusado lá por ser analfabeto. A esquerda se aproveitou da facilidade de conquistar esses meios, mas evidentemente não tinha intelectuais de grande gabarito para ocupar todos postos. Então pegou qualquer um. Pegou o lixo. A solução é criar uma nova intelectualidade capaz de desmoralizar esses indivíduos, demonstrar que são vigaristas e charlatães.
A polaridade entre PT e PSDB não exerce esse papel? Uma vez eu vi um diálogo entre o Cristovam Buarque, quando era o principal intelectual do PT, e o Fernando Henrique Cardoso. Ambos concordavam que os seus partidos não tinham divergência ideológica nenhuma, apenas disputa por cargos. Aqui, a disputa de cargos se substituiu à concorrência ideológica, de propostas. A essência da democracia é a existência de correntes opostas e o seu rodízio no poder, de forma que nenhum governo possa introduzir modificações desastrosas que um governo seguinte não possa fazer. Funcionou em toda a Europa e está provado que é a única saída eficiente. Ninguém tem a solução de todos os problemas. Às vezes, a direita tem a ideia melhor, às vezes a esquerda tem.
Há quem comemore o fim da distinção entre esquerda e direita como um avanço da democracia. O que existe de positivo em esconder a realidade das forças que estão em jogo? O fato de que uma boa parte do pessoal dito direitista esteja servindo à esquerda não significa que direita e esquerda tenham desaparecido. A população brasileira é conservadora. E as pesquisa têm comprovado isso. Ela apenas não está informada sobre quem é quem no cenário eleitoral. Então, se vota nos candidatos que existem. É uma situação onde o engano, a mentira e a farsa foram oficializados. A farsa ganhou o jogo.
Fonte: VEJA
quarta-feira, 4 de setembro de 2013
A Igreja Secular - Neal A Maxwel
Trecho de um discurso proferido em 10 de outubro de 1978 pelo Élder Neal A. Maxwell, então membro da presidência do primeiro quórum dos setentas de A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias.
Editado por Seth Adam Smith
Confiram na íntegra em inglês:
Meeting the Challenges of Today, by Neal A Maxwell
sexta-feira, 30 de agosto de 2013
Entrevista com o filósofo Roger Scruton
Escrito
por Revista Vila Nova | 12 Julho 2013
Artigos - Cultura
O que é a
“franqueza britânica”? Se não é verdade que todos os britânicos a possuem, é
fato que o filósofo inglês Roger Scruton é portador de uma sinceridade sem
igual. Um dos pensadores mais famosos da atualidade, Scruton é conhecido na
Europa como o “enfant-terrible” da filosofia, defensor de idéias polêmicas mas,
na verdade, muito antigas: sua polêmica vêm de serem clássicas.
Roger
Scruton é autor de mais de 30 livros de filosofia, dois romances, compositor de
duas óperas e já fez documentários para a BBC de Londres. Professor há muitos
anos, não há quem saia de suas aulas sem algum espanto pela sua erudição, que
caminha tranqüila dos primórdios da filosofia até os dias atuais.
Scruton é
sempre convidado para as principais rodas de debate intelectual na Europa e no
mundo inteiro. Uma palavra autorizada se se quer ouvir algo diferente.
Foi também
convidado pela Revista Vila Nova para uma entrevista, que ele
gentilmente concedeu. O resultado vem a seguir.
Você é filósofo e um dos seus principais objetos de estudo é a Estética. De onde surgiu esse desejo de se questionar sobre a Beleza?
Eu descobri
a arte, a música e a literatura quando era adolescente e fiquei intrigado com
seu poder e seus significados. Por que elas têm um efeito tão profundo e transformador
em nós e o que elas dizem sobre o mundo em que vivemos?
Qual o lugar
da Beleza em nossas vidas?
Cabe a você
decidir o lugar que a beleza pode ter em sua vida. Ultimamente, entretanto, a
beleza abre um caminho à reconciliação, à aceitação do mundo como um lar e ao
reconhecimento de que pertencemos a ele, com a tarefa de cuidar do que vamos
encontrar.
Em seu
documentário para a BBC de Londres, “Why Beauty Matters?” (“Por que a Beleza
importa?”), você cita Oscar Wilde: “Toda beleza é absolutamente inútil”. Qual o
sentido da inutilidade da Beleza? Os homens precisam de “valores inúteis”?
Todas as
coisas mais importantes da vida são inúteis: amor, amizade, devoção, paz –
essas são coisas que apreciamos pelo que são e não pelo uso que podemos fazer
delas. Sim, nós precisamos de coisas inúteis uma vez que precisamos aprender
como encontrar valores intrínsecos. E então o mundo tem um significado para nós
e não apenas uma utilidade.
De certa
forma, esse culto da utilidade também atingiu a Filosofia e a Religião, não?
Sim, o culto
à utilidade assola o nosso mundo, minando até mesmo as coisas contra as quais
as pessoas têm tentado erguer barreiras. Parte do problema é o domínio da
tecnologia que nos influencia a pensar que todo o conhecimento e todas as
descobertas dizem respeito a modos de manipular o mundo e o moldar a
nossos propósitos. Mas há também o contemplar o mundo, encontrar nossa paz e
consolo nele.
Você fala
que a arquitetura moderna foi o maior crime já consumado contra a Beleza. Por
quê?
Eu acho que
você só tem que usar seus olhos para ver o que quero dizer. É um estilo de
arquitetura que surgiu colocando a função, a utilidade e os efeitos de curto
prazo no lugar do povoamento, da permanência e da moradia. A arquitetura
moderna é um tipo de “falta de lar”, uma profanação à morada humana.
Sobrará algo
de valor da arquitetura e da arte moderna?
Sim. Existe
boa arquitetura moderna também – as casas de Frank Lloyd Wright, a capela de
Ronchamp e muitos outros exemplos. Mas estão em uma escala pequena, quase
objetos artesanais que retornam à verdadeira meta da arquitetura, que não é se
destacar, obliterar e colocar o mundo em uma grade de linhas horizontais, mas
adequar-se, harmonizar-se para tratar a Terra e seus contornos como um lugar de
moradia.
Do mesmo
modo, existe boa arte moderna e esta ainda está sendo produzida por esses
pintores figurativos que reconhecem a necessidade de mostrar o significado
interior de nosso mundo.
Uma de suas
teses em “Why Beauty Matters?” é que a cultura pós-moderna não quer mostrar a
realidade; quer se vingar dela. Como se dá isso?
Quando as
pessoas são incapazes de encontrar consolação, elas se vingam de si mesmas e do
mundo tentando mostrar que a consolação é impossível. Nós projetamos nossas
próprias falhas morais no mundo de forma a nos provermos de uma desculpa para
ter estas falhas. Assim, quando as pessoas são incapazes de amar, elas
descrevem o próprio mundo como “sem amor” e “impossível de ser amado”.
E qual a
relação entre Beleza e Amor?
A Beleza é
um objeto do Amor e quando as pessoas permitem que o espírito do amor cresça
nelas, elas também se abrem para a beleza. Isso é conhecido desde Platão, mas
como explicá-lo exatamente e em termos sóbrios e realísticos é uma das grandes
missões da filosofia.
Durante muito
tempo a arte foi usada como meio de comunicar o Sagrado, mas hoje não mais.
Beleza e Religião se comunicam?
O Sagrado e
o Belo estão conectados em nossos sentimentos – ambos nos mandam ficar atrás,
ser humildes e abandonar nosso desejo inato de poluir e destruir. Eu penso que
vários artistas hoje, independentemente de terem ou não crenças religiosas, têm
um senso de que o que há de melhor em sua arte é o ato de consagração. Você
encontra esse tema nos quartetos de cordas de George Rochber, na arquitetura de
Quinlan Terry, nas pinturas de Andrew Wyeth.
Você montava
universidades clandestinas na Europa Central em plena época de comunismo
soviético. Como foi essa experiência? O que faziam por lá?
Foi uma
experiência inspiradora ensinar jovens que queriam aprender, que viram o
aprendizado e a verdade conectados e que reconheceram que a verdade pode ser
perigosa. Meus colegas e eu fizemos nosso melhor para providenciar uma educação
humana e geral, trabalhando secretamente em casas particulares. A história é, entretanto,
muito longa e complexa para ser contada rapidamente. Ela já foi escrita por
Barbara Day em The Velvet Philosophers (N.E. “Os Filósofos de Veludo”,
sem tradução para o Brasil).
Hoje parece
que quem queira ter uma verdadeira cultura universitária também precisa ser
clandestino. Quem foge do establishment e da “cultura oficial” está
fadado ao fracasso nas universidades. Pelo menos aqui no Brasil essa parece ser
a realidade. O que você tem a dizer sobre isso?
Você está
certo e isso é algo que eu aprendi através do trabalho clandestino no Leste
Europeu. Educação real sempre é, em certa medida, subversiva. A posição padrão
da humanidade é a conformidade ideológica e a busca da verdade é sempre
ameaçadora. Hoje nós vivemos em um mundo com valores socialistas moderados,
aceitação acrítica da igualdade e uma suspeita institucionalizada para com o
sucesso, a distinção e a alta cultura; este tipo de coisa tomou conta de nossas
universidades. Hereges são perseguidos, como sempre foram, e os mesmos têm que
trabalhar secretamente ou em algum grau de privacidade. Mas eles também se
alegram com isso, pois esta é a prova de que estão certos.
Você
escreveu um livro chamado “A Political Philosophy: Arguments for Conservatism”
(N.E. “Uma Filosofia Política: Argumentos para o Conservadorismo”, sem tradução
para o Brasil). Afinal, quais são os argumentos para o conservadorismo?
Aqui está a
minha resposta mais curta: conservadorismo significa encontrar o que você ama e
agir para proteger isso. A alternativa é encontrar o que você odeia e tentar
destruir. Certamente a primeira alternativa é um modo melhor de viver do que a
segunda.
Sobre o Islã
e o Ocidente. A relação entre os dois nunca parece ser muita harmoniosa. Por
que existe esse “choque”?
O conflito
fundamental é entre, de um lado, uma religião que deseja ser também um sistema
completo de governo fundada em um Direito sagrado e, do outro, sociedades que,
enquanto fundadas em uma revelação religiosa, fazem suas Leis e seu governo
para si mesmas. O Islã não pode aceitar a jurisdição secular e não pode tolerar
formas de governo que marginalizem a obediência religiosa. Por isso não pode,
no fim, aceitar o mundo moderno.
O Papa Bento
XVI insistia muito em recuperar as raízes cristãs do Ocidente. Em sua opinião,
há lugar para o Cristianismo na nova cultura ocidental?
Claro. A
cultura ocidental é uma criação do Cristianismo. Retire o Cristianismo e o que
sobra de Dante, Chaucer, Shakespeare, Racine, Victoria, Bach, Titian,
Tintoretto…? E isso ainda é verdadeiro hoje. Nossa cultura é fundada na visão
central do Cristianismo, que santifica o sofrimento, o dever do perdão, o ideal
da caridade e a visão da Virgem Maria, que guiou nossa concepção do sexo.
O que
conhece da cultura intelectual e filosófica do Brasil?
Nada, a não
ser a música de Villa Lobos e Luiz Bonfá, além do filme Orfeu Negro, que foi
feito, entretanto, por um francês. E, é claro, tem também Brasília, aquele
ícone internacional da alienação urbana.
Equipe
jornalística da Revista
Vila Nova.
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