Ezra Taft Benson era um membro do Quórum dos Doze Apóstolos de A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias quando essa devocional foi proferida na Universidade Brigham Young, em 12 de abril de 1977.
Texto revisado em 26.09.2017, às 18h.
Texto revisado em 26.09.2017, às 18h.
"O Evangelho de Jesus Cristo pode prosperar apenas em uma atmosfera de liberdade. Como membros de sua Igreja, temos uma grande responsabilidade de fazer tudo a nosso alcance para assegurar que a liberdade seja preservada e salvaguardada."
Meus amados irmãos e irmãs, é com humildade e gratidão que coloco-me diante de vocês nessa manhã e busco com empenho em sua fé e orações que a mensagem que eu trago possa ser acompanhada pelo Espírito. É uma maravilhosa visão que eu vejo aqui. É bom estar com vocês, meu amados jovens amigos, ilustres membros do corpo docente e convidados especiais.
Minha esposa e eu acabamos de retornar de uma gloriosa semana em St. George, onde tive o privilégio de dirigir-me a três grandes audiências, duas no maior auditório do Dixie College e que se encheu de jovens, e uma no quarto andar do Templo em uma Assembléia Solene. Fomos honrar o centenário da dedicação do Templo de St. George, o primeiro a ser erguido no Oeste do país. Nós ainda estamos sob a influência de uma outra grande Conferência geral da Igreja. Nunca em minha memória nós tivemos advertências mais explícitas dos profetas de Deus; e em nenhum lugar do mundo existem homens mais bem preparados ou mais obrigados a darem essas advertências.
O Reino Celestial
Hoje eu quero discutir alguns princípios e leis do reino celestial, e algumas das falácias de suas falsificações perversas no mundo. Partilho com vocês uma visão de suas eternas possibilidades. O reino celestial, residência de Deus, nosso Pai Eterno, é composto de homens e mulheres que tenham comprido a lei divina e que não foram enganados pela astúcia dos homens ou pelas doutrinas do diabo. Eles são homens justos tornados perfeitos por meio da mediação e expiação de Jesus Cristo (ver D&C 76:69). Eles são obedientes à lei celestial; pois, como o Senhor afirmou, aquele que não é capaz de suportar a lei de um reino celestial não pode suportar uma glória celestial (D&C 88:22).
Quero falar mais particularmente nesta manhã sobre esta lei, a lei da consagração. Ela significa que nosso tempo, talento, força, propriedade e dinheiro são dados ao Senhor com o expresso propósito de edificar o Reino de Deus e estabelecer Sião sobre a terra. Ou, como lemos em Doutrina e Convênios, "Sião não pode ser edificada a não ser pelos princípios da lei do reino celestial."
Leis celestiais, incorporadas em certas ordenanças pertencentes à Igreja de Jesus Cristo, são cumpridas por acordos voluntários. As leis são espirituais. Assim, nosso Pai Celestial ordenou certos santuários sagrados, chamados templos, nos quais essas leis podem ser completamente explicadas; essas leis incluem a lei de obediência e sacrifício, a lei do evangelho, a lei da castidade e a lei da consagração.
Muito tem sido escrito sobre essa lei e as tentativas de sua implementação na história recente da Igreja; e muitos enganos têm criado raízes, mesmo entre alguns de nossos membros, por causa de opiniões desinformadas ou interpretações equivocadas. Alguns veem isso como apenas uma alternativa econômica para o capitalismo ou o sistema de livre iniciativa, outros como uma conseqüência de experimentos comunitários iniciais nos Estados Unidos. Tais visões não são apenas míopes mas tendem a diminuir em importância um requisito obrigatório para a entrada no reino celestial. A lei de consagração é uma lei celestial, não um experimento econômico.
O veículo para a implementação da lei da consagração é a Ordem Unida. O princípio básico subjacente à Ordem Unida é que todas as coisas que temos pertencem ao Senhor; e, portanto, o Senhor pode requerer de nós qualquer e todas de nossas propriedades, porque elas pertencem a Ele. A Ordem Unida foi introduzida por “um convênio e uma promessa que não poderão ser violados” (D&C 42:30), de acordo com as escrituras. Em outras palavras, um indivíduo transmite os título de toda sua propriedade para a Igreja por meio do bispo. A propriedade torna-se propriedade da Igreja. Vocês leem sobre isso na quadragésima segunda sessão de Doutrina e Convênios.
O bispo, em seguida, escritura de volta ao consagrador, por um instrumento legal, uma quantidade de bens pessoais exigidos pelo indivíduo para o sustento de si mesmo e de sua família, como o Senhor declara, “de acordo com suas condições e suas carências e necessidades” (D&C 51:3). Isto torna-se a propriedade privada, pessoal do indivíduo a ser desenvolvida como lhe aprouver. É a sua mordomia. Quando um indivíduo produz um lucro ou excedente a mais do que o necessário para o sustento próprio e o de sua família, o excedente é então colocado no armazém do bispo para ser administrado aos pobres e necessitados. Sob a Ordem Unida, a ociosidade não tem lugar, e ganância, egoísmo e a cobiça são condenados. A Ordem Unida pode, portanto, funcionar apenas com um povo reto.
Tem sido erroneamente concluído por alguns que a Ordem Unida é tanto comunitária como comunista em teoria e prática porque as revelações falam de igualdade. Igualdade sob a Ordem Unida não é um nível social e econômico como defendido por alguns hoje em dia. Igualdade, como descrita pelo Senhor, é igualdade "de acordo com sua família, e de acordo com suas condições e sua carências e necessidades." (D&C 51:3)
É a Ordem Unida um sistema comunitário? Enfaticamente não. Ele nunca foi e nunca será. É “intensamente individualista.” Será que a Ordem Unida pode eliminar a posse privada da propriedade? Não. “O princípio fundamental deste sistema [é] a posse privada da propriedade” (J. Reuben Clark , Jr., Conference Report, outubro de 1942, p. 57).
Dois grupos separados de santos implementaram de forma completa essa lei divina. O primeiro foi a Ordem Unida sob Enoque, onde o Senhor designou esse povo Sião, “porque eram unos de coração e vontade, e viviam em retidão; e não havia pobres entre eles.” Lemos sobre isso no sétimo capítulo, versículo dezoito, de Moisés, na Pérola de Grande Valor. Um segundo exemplo foi a civilização nefita após a visita do Salvador ao hemisfério ocidental depois de sua ressurreição. Isso está registrado em 4º Néfi, o terceiro versículo particularmente. O fracasso dos Santos desta dispensação para viver de acordo com a plenitude da lei é explicado pelo Senhor na revelação registrada em Doutrina e Convênios, seções 101 e 105.
Repito e enfatizo que a lei de consagração é uma lei para uma herança no reino celestial. Deus, o Pai Eterno, seu Filho Jesus Cristo, e todos os seres sagrados cumpriram essa lei. É uma lei eterna. E uma revelação de Deus à sua Igreja nesta dispensação. Embora não em completa operação atualmente, será requerido de todos os santos viver a lei em sua plenitude para receber uma herança celestial. Vocês jovens de hoje cumprem uma parte dessa lei superior quando pagam o dízimo, pagam uma generosa oferta de jejum, vão para a missão, e fazem outras contribuições em dinheiro, serviço e tempo.
O sistema falsificado de Satanás
Mas sempre que o Deus do céu estabelece por revelação seus desígnios, Satanás sempre vem entre os homens para perverter a doutrina, dizendo, “Não acrediteis”. Ele sempre estabelece um sistema falsificado, concebido para enganar os filhos dos homens. Seu objetivo, como era antes dos fundamentos da terra serem colocados, é de frustrar o arbítrio do homem e subjugá-lo. Ao longo de todas as eras da humanidade, o adversário tem usado agentes humanos e governos despóticos para estabelecer seu propósito. Satanás está determinado a destruir tudo que é caro, tudo que enobrece e exalta o homem a um reino celestial.
Isaías previu o tempo em que uma obra maravilhosa e um assombro iria iniciar-se entre os homens (Isaías 29:14). Isaías também previu que haveria aqueles que procurariam "esconder profundamente o seu propósito do Senhor, e (fazer) as suas obras às escuras, e (dizer): quem nos vê? (Isaías 29:15). Ele viu o tempo em que a obra, o homem, dirá aquele que o fez, “Não me fez”, negando sua criação (Isaías 29:16). É bom nos perguntarmos quais foram os autoproclamados ateus que entraram na cena humana após a restauração do evangelho, que estabeleceram obras secretas de escuridão para derrubar nações por meio de revoluções violentas e que proclamaram de forma blasfema a doutrina ateísta de que Deus não nos criou. Sim, Satanás trabalha por meio de agentes humanos. Precisamos apenas olhar para algumas das figuras ignóbeis na história humana que foram contemporâneas à restauração do evangelho para descobrir o cumprimento da profecia de Isaías. Refiro-me aos infames fundadores do comunismo, Karl Marx e Friedrich Engels. Hoje, se estivermos alerta, podemos ver ainda mais o cumprimento da profecia de Isaías.
Comunismo: um sistema antagônico ao Evangelho de Cristo
Através da incitação de Marx e Engels, uma falsificação mais bem sucedida da Ordem Unida foi introduzida no mundo. A declaração de princípios encontrada em seu manifesto ao mundo defende a derrubada do capitalismo e da livre iniciativa, a abolição da propriedade privada, a eliminação da família como uma unidade social, a abolição de todas as classes, a derrubada de todos os governos, e o estabelecimento de a posse comum da propriedade em uma sociedade sem classes e sem Estado. Tudo isso a ser realizado pela revolução.
Em 3 de julho de 1936, a Primeira Presidência publicou essa advertência aos membros da Igreja. Cito-a em parte; Espero que você consiga uma cópia da declaração completa para seus arquivos. Em parte, diz a declaração:
O comunismo não é um partido político, nem um plano político ao abrigo da Constituição; é um sistema de governo que é o oposto ao nosso governo constitucional. (...)
Uma vez estabelecido, o comunismo irá destruir nosso governo constitucional (...), apoiar o comunismo é perigoso para nossas instituições livres, e nenhum cidadão americano patriota pode tornar-se comunista ou apoiar o comunismo.
Para nossos membros dizemos: comunismo não é a Ordem Unida, e tem apenas uma semelhança superficial com a mesma. O comunismo é baseado na intolerância e na força, a Ordem Unida no amor e na liberdade de consciência e ação. (...)
Os comunistas não podem estabelecer a Ordem Unida, nem o comunismo realizá-la. (...)
O comunismo é, portanto, hostil à leal cidadania norte-americana e incompatível com a verdadeira condição de membro da Igreja; necessariamente, nenhum cidadão leal norte-americano e nenhum membro fiel da Igreja podem ser comunistas.
Conclamamos a todos os membros da Igreja a evitarem (e afastarem de suas vidas) completamente o comunismo. A segurança de nosso governo constitucional divinamente inspirado e o bem estar de nossa Igreja exige imperativamente que o comunismo não tenha lugar na América.
Assinado,
Presidente Heber J Grant
J. Reuben Clark, Jr.
David O. McKay
A Primeira Presidência
Vocês alunos precisam ler alguns dos discursos e escritos do exilado russo Aleksandr Solzhenitsyn para apreciar essa advertência perspicaz da Primeira Presidência.
Estive várias vezes em ambos os lados da cortina de ferro. Tenho conversado com esses líderes ateus cara a cara. Digo-lhes com toda sinceridade de minha alma que desde 1933 essa falsificação ímpia do evangelho tem feito tremendo progresso em seu objetivo de dominar o mundo, pois mais de um terço da família humana está agora sob o jugo totalitário.
Hoje, estamos em uma batalha pelos corpos e almas dos homens. É uma batalha entre dois sistemas opostos: liberdade e escravidão, Cristo e o anticristo. A luta hoje é mais relevante do que a uma década atrás, mesmo hoje a sabedoria convencional, como é chamada, é a que devemos aprender a viver com o comunismo, abandonar nossas idéias sobre soberania nacional. Você ouve isso sendo repetido hoje em dia. Diga isso aos milhões – sim, às dezenas de milhões – que conheceram a morte e a prisão sob a tirania do comunismo. Aprender a viver com o comunismo? Essa seria a sentença de morte da liberdade e de tudo que nos é caro.
O Evangelho de Jesus Cristo pode prosperar apenas em uma atmosfera de liberdade. Como membros de sua Igreja, temos uma grande responsabilidade para fazer tudo a nosso alcance para assegurar que a liberdade seja preservada e salvaguardada. Oro para que o Senhor os abençoe para que vejam o comunismo como ele realmente é: o maior sistema de escravidão humana que o mundo já conheceu. Que vocês não sejam enganados ao acreditar que os comunistas têm moderado seus objetivos de dominação do mundo. Digo a vocês que a chamada moderação é uma fraude. O tempo provará que assim é.
Não há desculpa para qualquer instrutor da BYU conceder um fórum para um comunista declarado com a finalidade de ensinar comunismo nesse campus. Isso pode ser feito em outros campus nos Estados Unidos, mas isso não será feito aqui.
Socialismo: uma filosofia incompatível com a liberdade humana
Outro notável sistema falsificado ao plano do Senhor é o socialismo coletivizado. O socialismo deriva sua filosofia dos fundadores do comunismo, Marx e Engels. Comunismo, na prática, é socialismo. Sua finalidade é o socialismo mundial, que os comunistas procuram alcançar pela revolução, e que os socialistas procuram alcançar pela evolução. Tanto o socialismo como o comunismo tem o mesmo efeito sobre o indivíduo, a perda da liberdade pessoal. Como foi dito tão bem pelo Presidente J Reubem Clark Jr, "Os dois são como ervilhas da mesma vagem em seu efeito final sobre nossas liberdades."
Por que o socialismo é incompatível com a liberdade humana? O socialismo não pode funcionar exceto por meio de um Estado todo-poderoso. O Estado precisa ser supremo em tudo. Quando as pessoas começam a exercer seus direitos concedidos por Deus, o Estado precisa suprimir essa liberdade. Então, a crença em Deus deve ser suprimida, e uma vez perdida a liberdade de consciência e religião também o serão. Essas são a primeiras liberdades mencionadas na declaração de direitos. [1]
Alguns entre nós confundiria a Ordem Unida com o socialismo. Isso é um grave equívoco. É significativo para mim que o Profeta Joseph Smith, depois de participar de uma palestra sobre o socialismo em seus dias, tenha feito este registro oficial na história da Igreja: "Eu disse que não acreditava na doutrina." (Joseph Smith, History of the Church 6:33)
Socialismo sob o disfarce de políticas estatais de bem estar
Como cidadãos desta nobre terra, temos andado um longo caminho ladeira abaixo na estrada destruidora de almas do socialismo. Se você questiona essa afirmação, considere o recente depoimento do prêmio nobel em economia Milton Friedman. Ele indicou que os gastos públicos nos Estados Unidos em todos os níveis elevam-se acima de 40% de toda a renda nacional de hoje. Se continuarmos a seguir a tendência na qual estamos caminhando hoje, duas coisas resultarão inevitavelmente: primeiro, a perda de nossa liberdade pessoal, e segundo, a bancarrota financeira. Esses são os preços que pagamos quando nos afastamos de Deus e dos princípios que ele ensinou e nos voltamos para o governo para que ele faça algo por nós. Essa é a fórmula pela qual as nações foram escravizadas.
Esta nação foi estabelecida pelo Deus do céu como uma cidadela da liberdade. Uma constituição que garante essas liberdades foi concebida sob a influência vigilante dos céus. Eu já contei aqui antes o que aconteceu no Templo de St. George quando os Pais Fundadores desta nação visitaram o Presidente Wilford Woodruff, que era então um membro dos doze e não um presidente da Igreja. A república que foi estabelecida era o sistema mais próximo da perfeição que poderia ter sido concebido para levar o homem na direção de princípios celestiais. Podemos comparar nosso sistema com a lei de Moisés, que leva os homens à lei maior de Cristo.
Hoje, 200 anos mais tarde, devemos observar que, infelizmente, temos nos afastado significativamente dos princípios estabelecidos pelos fundadores de nosso País. James Madison se opôs à proposta de colocar o Congresso no papel de promover o bem-estar geral de acordo com seus caprichos nestas palavras:
Se o Congresso pode empregar dinheiro indefinidamente para o bem-estar geral, ele pode tomar a guarda da religião em suas próprias mãos; ele pode nomear professores em cada estado, município e paróquia e pagá-los com o tesouro público; ele pode tomar em suas próprias mãos a educação das crianças, estabelecendo escolas padronizadas em toda a União, ele pode assumir a caridade aos pobres (...) Fosse o poder do Congresso estabelecido na dimensão defendida (e isso era um ponto controverso até então), subverteria os próprios fundamentos e transmutaria a própria natureza do governo limitado estabelecido pelo povo da América. (citado em Donald L. Newquist. Prophets, Principles, and National Survival, p. 342. Não traduzido para a língua portuguesa)
Essa afirmação, dada como uma advertência, tem se provado profética. Hoje, o Congresso está fazendo o que Madison nos advertiu contra. Muitos estão agora defendendo aquilo que tem se tornado uma prática geral desde o início da década de 1930: a redistribuição de riqueza através do sistema fiscal federal. Que, por definição, é socialismo.
O povo dos Estados Unidos sempre foi comprometido em tomar conta dos pobres, idosos e desempregados. Temos feito isso com base em crenças judaica-cristãs e princípios humanitários. Tem sido fundamental para nosso modo de vida que a caridade seja voluntária para ser caridade. Benevolência compulsória não é caridade. Socialistas de hoje, que chamam a si mesmos de igualitaristas, estão usando o governo para redistribuir riquezas em nossa sociedade, não como uma questão de caridade voluntária, mas como uma chamada questão de direito. Um funcionário do HEW[2] disse recentemente, “Neste país, bem-estar não é caridade, é um direito. Mais e mais americanos sentem que o governo lhes deve algo.” (U.S. News and World Report, April 21, 1975, p. 49). Presidente Grover Cleveland disse, e nós como povo acreditamos, que embora o povo apoie o governo o governo não deve apoiar o povo.
A arma principal utilizada pelo governo federal para alcançar essa “igualdade” é o sistema de transferência de renda. Isso significa que o governo federal recolhe de um grupo de renda e transfere remuneração para outro por meio do sistema fiscal. Esses pagamentos são feitos na forma de benefícios de seguro social, Medicare e Medicaid, e vale-refeição, para citar alguns. Hoje o custo de tais programas vem crescendo à taxa de 12 bilhões de dólares por ano; e, com o aumento de benefícios e o grande número de beneficiários, mesmo com a base de cálculo aumentada, teremos déficits maiores no futuro.
Hoje, o partido no poder está defendendo, e aparentemente tem o apoio de ambos os partidos principais, um abrangente programa nacional de seguro de saúde, um eufemismo para a medicina socializada. Nosso maior perigo é que estamos atualmente (e isso já há 40 anos) transferindo responsabilidades dos indivíduos e dos governos locais e estaduais para o governo federal, precisamente o mesmo curso que levou a economia ao colapso na Inglaterra e na cidade de Nova York. Não podemos prosseguir por muito tempo com a tendência atual sem que isso nos leve à insolvência como nação.
Edmund Burke, o grande filósofo político inglês, alertou para a ameaça da igualdade econômica. Ele disse:
A perfeita igualdade será de fato produzida – o que significa, igual miséria, igual mendicância, e da parte dos que a requerem, uma lamentável, impotente e desesperada decepção. Tal é o caso de todas equalizações obrigatórias. Elas puxam para baixo o que está acima, nunca erguem o que está abaixo, e debilitam de alto a baixo para um nível ainda menor do que era originalmente.
Somos parte do problema ou parte da solução?
Recentemente uma carta chegou ao meu escritório, acompanhado por uma artigo do Daily Universe, sobre a questão dos estudantes da BYU receberem vale-refeição.[3] O questionamento feito na carta era: “Qual é a atitude da Igreja sobre usar vale-refeição?” A visão da Igreja sobre essa questão é bem conhecida. Nós defendemos a independência, a economia e a abolição da esmola. Isso foi enfatizado na reunião de bem-estar da conferência geral na manhã de sábado. “O objetivo da Igreja é ajudar as pessoas a ajudarem a si mesmas. O trabalho deve ser reentronizado como princípio regente dos membros de nossa Igreja.” (Heber J. Grant, Conference Report, October 1936, p. 3).
Quando você aceita vale refeição, você aceita um auxílio imerecido que o trabalho de outras pessoas está pagando. Você não tem direito a vale-refeição ou benefícios do governo. Cada indivíduo que aceita gratificações imerecidas do governo é tão moralmente culpado como indivíduos que pegam um auxílio do dinheiro dos contribuintes para pagar pelo aquecimento, energia e aluguel. Não há nenhuma diferença em princípio entre eles. Você não veio para essa universidade para tornar-se um destinatário de subsídios do governo. Você veio aqui para ser uma luz para o mundo, uma luz para a sociedade – para salvar a sociedade e ajudar a salvar essa nação, a base de operações do Senhor nesses últimos dias, para melhorar as condições sociais dos homens. Você não está aqui para ser um parasita ou um sanguessuga. O preço que você paga por “receber algo em troca de nada” pode ser maior do que o que você é capaz de acreditar. Não racionalize sua aceitação de gratificações do governo, dizendo: “eu também sou contribuinte!" Ao fazer isso você contribui para o problema que está levando esta nação à insolvência financeira.[4]
A sociedade pode racionalizar a imoralidade, mas Deus não pode tolerá-la. A sociedade patrocina a quebra do sábado, mas a Igreja aconselha o contrário. A sociedade profana o nome da deidade, mas Santos dos Últimos Dias não podem tolerar isso. Porque a sociedade tolera a esmola, que desmoraliza o homem e enfraquece o caráter e a iniciativa dados a ele por Deus, nós também podemos?
Eu sei o que é, assim como muitos de seus professores, encontrar trabalho durante a faculdade, tendo aulas apenas durante o trimestre do inverno. Se vocês não têm os recursos financeiros para completar sua educação, largue o semestre e vá trabalhar e economizar. Você será um homem ou mulher melhor ao fazê-lo. Você terá preservado seu auto-respeito e a iniciativa. Sabedoria vem com experiência e luta, não apenas ao fazer uma matrícula universitária. Espero que vocês não sejam enganados pelas correntes filosóficas que irão roubá-los de suas dignidade devotas, auto-respeito e iniciativa, esses atributos que fazem uma herança celestial possível. É com esse interesse, e apenas ele, que eu tenho falado tão abertamente com vocês.
Minha esperança para vocês, a juventude de Sião
Na abertura de minhas observações, amados jovens da Igreja, tentei partilhar com vocês uma visão de suas eternas possibilidades. Ao encerrar minhas palavras, compartilho com vocês minha esperança:
Espero que vocês aprendam por meio de suas lutas a alegria da conquista.
Espero que vocês reconheçam no evangelho de Jesus Cristo a solução para nossos problemas temporais e espirituais.
Espero que você se case bem, vivam juntos em amor, criem uma família em retidão e tenham alegria e regozijo em vossa posteridade.
Espero que vocês sigam o exemplo e conselhos daquele a quem o Senhor designou como profeta, vidente e revelador.
Espero que vocês aprendam a alegria do trabalho, a habilidade de adiar desejos e a independência econômica, para não ser escravo de nenhum homem.
Espero que vocês conservem a si mesmos moralmente e espiritualmente limpos, que sua confiança se fortaleça na presença do Senhor, como diz as escrituras, e que o Espírito Santo seja seu companheiro constante (D&C 121:45-46).
Espero que vocês sejam unidos em filosofia, propósito e ação às leis do reino celestial.
Oro pelas bênçãos de Deus sobre vocês meus amados irmãos e irmãs. Deixe-me dizer a vocês que não há nada nesse mundo que, sendo reto, a liderança dessa Igreja não faria pela juventude da Igreja; então espero e oro para que vocês percebam a esperança daqueles que vos amam e vos servem e as possibilidades de seu potencial com filhos e filhas de Deus. Em nome de Jesus Cristo, amém.
Tradução: João Henrique Pereira
Revisão técnica: Déborah Lohane M. Pereira
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Notas do Tradutor:
1. Uma menção ao Bill of Rights (As declarações de direitos) que consistem nas 12 primeiras emendas à Constituição dos Estados Unidos. A Primeira Emenda garante o livre exercício da liberdade religiosa e a liberdade de consciência, eis seu texto: "O Congresso não fará lei relativa ao estabelecimento de religião, ou proibindo seu livre exercício, ou restringindo a liberdade de palavra ou de imprensa, ou o direito do povo reunir-se pacificamente e dirigir petições ao Governo para exigir a reparação de seus agravos";
2. HEW é a sigla do antigo United States Department of Health, Education and Welfare (Departamento de Saúde, Educação e Bem-estar dos Estados Unidos). Department seria o equivalente aos Ministérios no governo federal brasileiro;
3. Élder Benson se refere ao Food Stamp um antigo programa de distribuição de alimentos do governo dos Estados Unidos. Atualmente o mesmo programa é administrado no governo Obama sob o nome de Supplemental Nutrition Assistance Program (SNAP);
4. Essa declaração provou-se profética. Segundo dados da Bureau of Economic Analysis, em 2013 a dívida pública dos EUA era de 17,3 trilhões de dólares, enquanto seu PIB somava 16,9 trilhões de dólares, levando a uma situação real de insolvência, o que levou o Departamento do Tesouro a pedir que o Congresso elevasse o teto da dívida.
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ResponderExcluirDenunciar o comunismo como o "maior sistema de escravidão que o mundo já conheceu, com certeza, não é ficar no mesmo lugar." Nenhum membro da Igreja que dê maior valor às advertências dos profetas que à ideologia satânica de Marx pode, após ouvir essas palavras, continuar como um simpatizante do socialismo. Mas parece que esse não é o seu caso Maurício Maurente Machado.
ExcluirMaravilhosa e esclarecedora advertência! Muitos membros da igreja precisam ter acesso à essas palavras tão inspiradoras, não é possível conhecer a verdade é não se permitir ser libertada por ela. Qndo tomei conhecimento da lei de consagração, achei q fosse o comunismo, mas estudando um pouco mais, percebi q ele é um engodo do inimigo de todos nós, na tentativa de confundir os filhos de Deus. O q o Pai tem p nós, seus filhos, é muito maior e exige de nós um esforço de igual valor, a santificação, enqnto q o socialismo e o comunismo
ResponderExcluirtem intenções medonhas p os filhos de Deus . Amo ser membro da igreja do Senhor.Maravilhoso discurso!